Em uma era de soluções tecnológicas que facilitam o dia a dia, a área de gestão de segurança e saúde do trabalho (SST) não fica para trás. Líder no desenvolvimento dessas soluções, o Serviço Social da Indústria (Sesi) tem nove centros de inovação espalhados pelo Brasil e busca, assim, inserir novas tecnologias que permitam ao empresário prevenir acidentes e garantir a segurança dos canteiros de obras.
“Estamos desenvolvendo, por exemplo, uma pesquisa para utilizar a tecnologia BIM (modelagem de informações da construção, em que é possível fazer um modelo virtual de toda a obra) em SST, contribuindo na integração dessas questões desde a fase de projeto”, destaca Renata Rezio, especialista de desenvolvimento industrial pelo Sesi.
Em Campo Grande, onde funciona um centro de inovação da entidade especializado em SST, outras ferramentas são desenvolvidas para melhorar ainda mais a vida dos trabalhadores e a produtividade das empresas. É o caso dos coletes que captam sinais vitais dos trabalhadores em espaços confinados. Quando há alguma alteração significativa, o funcionário que fica do lado de fora recebe o aviso e pode pedir ajuda com mais rapidez.
“Desenvolvemos o colete para detectar indicadores programáveis. Se o trabalhador entra em um espaço com gás tóxico, já vai com detector daquele gás para verificar os níveis da substância. Pode entrar também com um cabo que transmite informações para quem fica do lado de fora”, explica Adriana Sato, diretora de SST do Centro de Inovação do Sesi-MS.
Ferramentas como a que integra BIM e SST ou o colete para espaços confinados podem surgir de demandas comunicadas ao Sesi pelas próprias empresas. Na Plataforma Nacional de Soluções Sesi, os empresários têm canal aberto para relatar à entidade dificuldades que as novas tecnologias podem resolver.
A popularização dos drones também traz para as construtoras a possibilidade de tornar mais eficientes as inspeções. Sobrevoar os locais de construção e captar imagens pode ajudar a antecipar riscos e identificar situações perigosas, acionando equipes de segurança em tempo hábil para solucionar os problemas.
Professora da Universidade Federal da Bahia e coautora de um estudo sobre a utilização de drones em inspeções de segurança nos canteiros, Dayana Costa explica que eles podem ser usados, também, como complemento aos métodos tradicionais. “É possível observar situações inseguras em locais de baixo acesso e com uma visão mais sistêmica do canteiro, complementando e contribuindo com inspeções realizadas pelo profissional de segurança”.
Mesmo que existam limitações de utilização em situações de clima adverso, como chuva e vento forte, e em espaços fechados, os drones têm uma série de vantagens, como facilidade de uso, redução do tempo de inspeção e aumento da transparência das condições inseguras. “As perspectivas são promissoras, visto que os drones têm diversas aplicações na construção, seja para topografia, medição de progressos, inspeção de segurança, inspeção de patologias e para os diversos tipos de obras em execução e já finalizadas.