Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) promoveu seminário com participação de dirigentes e empresários do setor, membros de órgãos de controle e do governo federal
Uma indústria transparente, com mecanismos que garantam a lisura de seus processos e previnam atos de corrupção. Com esse objetivo estratégico, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional), começou em 2013, uma série de iniciativas de estímulo à prevenção à prática de desvios e adoção de políticas de integridade nas entidades e empresas do setor. Um importante passo nessa caminhada foi dado no dia 13, em Brasília, quando a entidade reuniu autoridades e especialistas em um debate sobre o tema.
O evento “Diálogos CBIC: Transparência nas Relações” contou com apresentações de dirigentes da entidade, especialistas, parlamentares, membros de órgãos de controle e empresários comprometidos com uma gestão mais transparente. As explanações foram acompanhadas por uma plateia de 110 representantes de associados da CBIC, vindos de todos os estados brasileiros, que lotaram o Teatro Juca Chaves, no Complexo Brasil 21.
“Neste assunto tão interessante e importante para a sociedade, a CBIC resolveu ser inovadora e sair na frente. Começamos a trabalhar com mais força o assunto integridade, que sempre esteve em nossa pauta, a partir de 2013. Estimulamos parcerias e estamos buscando levar uma cultura nova para todo o setor”, explicou José Carlos Martins, presidente da CBIC, na abertura do evento.
Logo após a manifestação do dirigente, Eliana Calmon, ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), discorreu sobre sua participação nos seminários Ética & Compliance na Construção, que vêm percorrendo o País levando aos afiliados da entidade informações preciosas para criar, fortalecer e modernizar mecanismos de gestão para construir um setor mais transparente.
“Sinceridade, honestidade e bons propósitos são substantivos que hoje vão além da filosofia. São indispensáveis a qualquer empresário para se precaver de futuras dores de cabeça. Estamos em uma crise, e a CBIC está demonstrando ao setor o que mudou. É algo que está surtindo efeito. Temos vários exemplos de empresas que investiram em compliance e estão hoje em situação de vantagem. Não é mais possível continuar com a realidade anterior”, analisou a ex-ministra.
Palavras como ética, compliance, transparência e integridade permearam os dois painéis do evento. No primeiro, batizado “Transparência nas Relações com a Sociedade”, Leonardo Barreto, cientista político pela Universidade de Brasília (UnB) e especialista em comportamento eleitoral e instituições políticas, apresentou a discussão sobre mecanismos de autorregulação da indústria da construção, projeto em gestação na CBIC, destacando a importância de uma “ação coletiva” para o setor se recuperar da crise.
O debate foi enriquecido por exemplos de atuação de órgãos de controle, em explanação de Cláudia Taya, secretária de Transparência e Prevenção da Corrupção da Controladoria-Geral da União (CGU), e pelo detalhamento do caso da construtora Tarjab, cujo CEO, Carlos Alberto Borges, listou decisões importantes que consolidaram a empresa como exemplo de atuação íntegra e correta.
O segundo painel, “Transparência nas Relações Público e Privado”, foi comandado por Carlos Eduardo Lima Jorge, presidente da Comissão de Infraestrutura (Coinfra) da CBIC, que apresentou trabalho da entidade apontando riscos de corrupção decorrentes de questões relacionadas à legislação, além de expor propostas de solução para cada um dos problemas. Caio Megale, titular da Secretaria de Indústria, Comércio e Inovação do Ministério da Economia, falou sobre a relação entre transparência e produtividade das empresas.
Presidente da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado, o senador Rodrigo Cunha (PSDB/AL) encerrou o painel citando leis em vigor e em tramitação que podem ter impacto sobre o setor. “Tenho certeza absoluta de que a transparência é a principal ferramenta de gestão de um político”, afirmou o parlamentar