Não adianta pregar honestidade e transparência, capacitar funcionários e publicar códigos de ética se os principais executivos da corporação não respeitam essas diretrizes. A mensagem é de Carlos Alberto Borges, CEO da construtora Tarjab, empresa que se tornou referência na adoção de programas de integridade e compliance.

Para o empresário, os acionistas têm de ser protagonistas de ações que façam sua empresa trilhar o caminho correto: “Governança corporativa e compliance dependem dos acionistas, sempre. Isso pode até gerar menor competitividade no curto prazo, mas é minimizado e, em um segundo momento, aumenta a competitividade pela competência nos processos e ganho de imagem com clientes e sociedade”.

Há cerca de 10 anos, a Tarjab aposta na adoção de parâmetros de ética e compliance. O processo começou com pesquisas de práticas ligadas à transparência em empresas de capital aberto da construção civil. O mergulho no tema permitiu ao empresário entender quais itens seriam adaptáveis à realidade da Tarjab e, assim, traçar a estratégia para consolidar uma empresa ética e responsável.

Daí se redigiu um acordo de acionistas com diretrizes claras para guiar diversos assuntos: modelo de negócio, organograma da corporação, atribuições, política de remuneração, de contratação de parentes, de venda de unidades para sócios. “O principal é que temos tolerância zero com a corrupção. Tolerância zero com a informalidade. Na Tarjab não se paga propina nem se compra um centavo sequer sem emissão de nota fiscal”, destacou Borges.