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Programa PROARTE é piloto da Estratégia Nacional de Disseminação do BIM

João Felipe Cunha mostrou iniciativas do DNIT para adoção do BIM

Entre as iniciativas do DNIT de utilização e disseminação do BIM, destaca-se a adoção da tecnologia no Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas – PROARTE. Identificado como projeto-piloto da Estratégia Nacional de Disseminação do BIM do governo federal, o programa terá todos os seus projetos e especificações de obras contratados em BIM até o início de 2021.

O PROARTE é responsável pela manutenção e reestruturação das chamadas Obras de Arte Especiais. O termo técnico nada tem a ver com pinturas ou esculturas artísticas. Na construção civil, as obras de arte são as estruturas com finalidade de ultrapassar obstáculos, como pontes e viadutos, ou alterar o curso de elementos, como barragens e diques.

Sob o guarda-chuva do DNIT estão 8 mil estruturas desse tipo. O órgão atua em duas frentes para mantê-las nas melhores condições. Os serviços de manutenção são os mais comuns, como, por exemplo, a limpeza das estruturas, e não precisam da modelagem em BIM para serem executados.

É no segundo braço de atuação do PROARTE que a tecnologia prestará um auxílio valioso. São os serviços de reabilitação, em que pontes e viadutos são reestruturados para se adequar a uma nova realidade. O alargamento de pistas para escoar melhor o tráfego intenso ou o reforço de estruturas para suportar mais carga são exemplos desse tipo de trabalho que será facilitado pelo BIM.

De acordo com estimativa do DNIT, cerca de 2 mil obras de reabilitação devem ser necessárias nos próximos anos. São intervenções complexas, em que o planejamento deve considerar características específicas de cada caso. Não à toa o DNIT tem uma equipe multidisciplinar de profissionais trabalhando no PROARTE. “Muitas das pontes são da década de 1960, 1970. Houve uma evolução das normas. Temos de fazer adequações, como aumento da largura do tabuleiro, adequação da capacidade de carga, inclusão de passagem de pedestre. Estas obras de reestruturação que serão feitas com BIM”, explica Anderson Alvarenga, coordenador de Gestão Estratégica do DNIT.

Cada intervenção demanda um tempo expressivo de planejamento, algo que deve ser reduzido com a utilização do BIM. “A implementação do BIM vai acelerar esse processo. O BIM é muito amplo, pega todas as fases da vida do empreendimento. Fizemos um trabalho estratégico para entender como o uso da tecnologia vai ajudar em diversas áreas, seja na parte de projetos, na documentação, para evitar erros na elaboração desses projetos. São problemas que gastam tempo do analista e do projetista. Eles precisam alterar, revisar tudo. Com o BIM, toda a documentação é feita a partir do modelo tridimensional”, elogia Alvarenga.

A data determinada para que todo o programa PROARTE utilize BIM é 2021, mas o DNIT já se movimenta para que a tecnologia ajude a reformar pontes e viadutos de forma rápida e eficiente o mais breve possível. A previsão é de que sejam realizadas já no ano que vem as primeiras obras de reestruturação com BIM.