Saúde, educação e assistência social são os pontos de atuação que fazem do Serviço Social da Indústria da Construção Civil (Seconci) uma espécie de “anjo da guarda” do trabalhador do setor. Hoje há 29 unidades da entidade espalhadas em 16 cidades do Brasil.
Essa rede de apoio é financiada por 9 mil empresas que contribuem para o Seconci prestar auxílio a 600 mil trabalhadores. Por ano, são realizadas 570 mil consultas médicas e 420 mil odontológicas, além de cerca de 1 milhão de exames complementares. “São números que, por si só, já dão ideia da importância do Seconci. Os trabalhadores costumam nos agradecer muito por esses serviços. É um atendimento de qualidade, sem filas. E ainda temos o retorno aos empresários no ganho que traz para a produtividade da empresa”, explica Antonio Carlos Araújo, presidente do Seconci-Brasil.
Além de atender o trabalhador, o Seconci reforça aos empresários a importância de gerir com competência quesitos relacionados a saúde e segurança do trabalho (SST). Por meio de treinamentos, são oferecidas ferramentas para que as empresas garantam o bem-estar de seus colaboradores.
Dada a relevância da atuação assistencial aos trabalhadores em um segmento organizado, como o da construção, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) tem estimulado a criação de novas unidades dos Seconcis em todas as unidades da Federação. “Essa união de esforços em benefício do trabalhador da construção, nosso maior patrimônio, engrandece a atividade da construção e traz resultados para todos, destaca José Carlos Martins, presidente da CBIC.
A excelência nos serviços prestados fez com que a unidade de São Paulo, por exemplo, fosse além do atendimento aos trabalhadores da construção civil. Em 1998, o governo do estado pediu à entidade que assumisse a gestão de hospitais públicos, o que fez com que se transformasse em uma Organização Social de Saúde (OSS). Hoje o Seconci-SP administra sete hospitais.
Outro ramo de atuação do Seconci paulista é o instituto de pesquisa Armênio Crestana, que faz estudos e busca dados para apoiar as ações da entidade. Um dos casos emblemáticos de sua importância foi o momento em que se instituiu a obrigatoriedade de cotas para pessoas com deficiência (PCD). Fez-se, então, um amplo estudo de viabilidade que identificou as funções mais propícias para que as PCDs pudessem trabalhar nos canteiros de obras. Hoje, entre os estudos em curso, o instituto trabalha em uma pesquisa para verificar o impacto financeiro dos acidentes: “Nós estamos fazendo um trabalho para apontar quanto custa um afastamento de trabalhador de obra por acidente. Reunimos 15 construtoras e incorporadoras, que fornecem dados reais de suas empresas para esse trabalho”, conta Haruo Ishikawa, presidente do Seconci-SP e vice-presidente do Sinduscon-SP.
Abrangente, a atuação do Seconci não para por aí. Tudo que diz respeito à saúde e ao bem-estar do trabalhador é contemplado. “Aqui no Paraná nós criamos o departamento de responsabilidade social; temos assistente social, atendimento ao trabalhador e auxílio em caso de internação. Promovemos também campanhas de conscientização. A ideia é fechar todos os lados dessa questão”, lembra Roberto Rocha, coordenador de Segurança do Trabalho do Seconci-PR.
Rocha ainda destaca o trabalho de capacitação que a entidade promove em canteiros de obras: “Damos todos os treinamentos relacionados às normas exigidas para o canteiro de obras. Focamos em condições de meio ambiente do trabalho e trabalho em altura, que é a principal causa de acidentes fatais. Vamos desde a parte teórica das normas e de como se deve agir, até a parte prática de subir no andaime”.