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Painéis de debate aprofundaram temas de livro sobre saúde e segurança do trabalho

Encontro sobre segurança e saúde do trabalho na construção destaca uso de novas tecnologias

Prevenir acidentes, mirar o futuro, discutir gestão e estabelecer a relação entre produtividade e segurança. Com esses tópicos no centro do debate, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) promoveu, em correalização com o Sesi Nacional, o V Encontro Nacional Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção, em Brasília. No evento do último dia 16, foi lançado o livro “Segurança e Saúde na Indústria da Construção – Prevenção e Inovação”, com quatro capítulos que reúnem artigos e estudos sobre temas variados e importantes nesse campo. Especialistas reconhecidos em suas áreas de atuação, os autores participaram de painéis em que detalharam seus estudos e artigos, aprofundando o debate sobre prevenção de acidentes e o futuro da área de segurança e saúde no trabalho (SST).

Realizado em outubro nas edições anteriores, o encontro mudou de data para coincidir com a campanha do Abril Verde, mobilização que busca conscientização para questões ligadas a doenças e acidentes de trabalho. O evento também foi palco do encerramento do segundo ciclo e o lançamento da terceira fase da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes na Indústria da Construção (Canpat Construção), que manterá como tema principal trabalho em altura, desenvolvido nos cinco seminários regionais realizados pela CBIC. “No ciclo passado, cada um desses eventos foi precedido de ações de conscientização em canteiros de obras. Cerca de 2.300 trabalhadores ouviram as explanações. A Canpat Construção é uma semente plantada há dois anos que já germina e mostra que dará grandes frutos”, comemorou Fernando Guedes Ferreira Filho, presidente da Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT) da CBIC.

Engenheira Franciele Boeng Mendes falou de inovações tecnológicas

Presidente da Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), Marina Battilani reafirmou o compromisso da entidade com essa cultura prevencionista: “Uma de nossas premissas básicas é concretizar uma cultura de prevenção, colocando a Fundacentro para trabalhar em alinhamento de diretrizes para prestar subsídio técnico e trabalhar essas questões”.

Uma das principais dificuldades na elaboração de ações e políticas de prevenção foi tema central do primeiro painel, “Indicadores em SST”. Os painelistas trataram das dificuldades encontradas para compilar dados e obter informações fidedignas sobre o número de acidentes e detalhes específicos de cada ocorrência. Por outro lado, comemoraram os indicadores que mostram a redução significativa dos acidentes de trabalho no setor da construção nos últimos anos.

Em seguida, o painel “Segurança e Produtividade” mostrou que a visão de curto prazo, que enxerga investimento em SST como um custo elevado para a empresa, não se sustenta. Os debatedores foram unânimes ao apontar que um ambiente saudável de trabalho, mesmo que exija algum aporte financeiro, traz retorno ao empresário ao se reverter em maior produtividade dos trabalhadores.

Fernando Guedes Ferreira Filho, da CBIC, abriu o evento e destacou sua importância

O terceiro tema de debates foi “Gestão em SST”. No painel, tiveram destaque tópicos como a gestão do trabalho em altura e de empresas terceirizadas, assim como o planejamento necessário para que o canteiro de obras seja um ambiente livre de acidentes e produtivo.

Para encerrar o encontro, o olhar se voltou para ferramentas que, até pouco tempo atrás, pareciam pertencer a um futuro distante. Agora, porém, já são importantes na gestão de SST e foram protagonistas do painel “Inovações Tecnológicas”. Drones para inspeção de canteiros e a utilização de modelos virtuais da obra para planejar ações de prevenção de acidentes desde a fase de projeto estiveram entre as soluções apresentadas.

Para Fernando Guedes Ferreira Filho, foi uma oportunidade para tratar de um tema obrigatório: “Um setor que é comumente visto como conservador está vivendo um dos períodos mais frenéticos de mudança em sua forma de produção. Novas tecnologias geram economia e produtividade. Essa evolução tem repercussões claras e imediatas em SST”.

Paulo Mól, diretor de operações do Sesi Nacional, reforçou a necessidade da área de SST embarcar na revolução tecnológica, um mergulho que, a julgar pelos debates do encontro, já está em curso: “Vamos disponibilizar as boas informações, as boas práticas, para que inspirem mais empregadores e trabalhadores. Vamos utilizar as tecnologias para tratar dessa questão de SST”.