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Inovações que auxiliam na prevenção de acidentes foram temas de painel

Tecnologia de ponta transforma gestão de SST

Soluções inteligentes, como o Building Information Modeling (BIM), permitem a identificação de riscos durante a obra ou antes mesmo do início de sua execução

O futuro da gestão de segurança e saúde do trabalho (SST) já chegou. Drones para inspecionar canteiros de obras, softwares que permitem planejar ações de prevenção desde o projeto e vestimentas que captam indicadores de saúde do trabalhador estão entre as ferramentas tecnológicas que causam uma revolução na área.

A inovação foi tema do painel que encerrou o V Encontro Naciona Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção, inciativa da CBIC em correalização com o Sesi Nacional. “Este ritmo de mudança tecnológica está cada vez mais rápido. O impacto e a velocidade dessas soluções também. O avanço da tecnologia no setor está transformando o local de trabalho, com alterações nas tarefas e em como as pessoas percebem o trabalho”, avaliou Thiago Yduhi Taho, coordenador dos centros de inovação do Sesi e moderador do debate.

Mesmo que a revolução tecnológica seja uma realidade incontornável, ainda é vista com certa resistência na área de SST, o que não impede que tenha espaço largo para crescimento. “Na segurança do trabalho, atualmente a gente vê foco nos sistemas de gestão para auxiliar nos exames e treinamentos, gerando alertas. Isso ainda é pouco frente ao mercado que temos. Se compararmos a outros setores, temos muito a fazer”, avalia a engenheira Franciele Boeng Mendes, uma das painelistas.

Mendes destaca que a tecnologia serve para auxiliar os profissionais capacitados na tomada de decisões, e não para substituí-los: “Muitas vezes a tecnologia é vista como algo que vai tomar o lugar de alguém. Quando você oferece tecnologia, às vezes o corpo técnico não quer, porque acha que vai substituir o seu trabalho, mas é para auxiliar. O profissional segue tendo o papel de tomar decisões inteligentes e preservar a vida de quem está ali”.

A contribuição da tecnologia, portanto, é a identificação precisa de onde estão os riscos. “Nós pesquisamos e buscamos para o setor da construção um sistema que usa software e hardware para monitoramento de áreas de risco. Conhecendo os riscos mais comuns, permitimos o cruzamento das informações. Monitoramos os riscos no ambiente e cruzamos com os dados dos trabalhadores”, explicou Mendes.

Soluções inovadoras permitem também que situações de perigo sejam identificadas antes mesmo de a execução da obra começar (veja abaixo detalhes sobre a utilização da tecnologia BIM, que permite fazer um modelo virtual da obra, em gestão de SST).

Mudanças, por vezes onerosas, são evitadas, e o ambiente de trabalho se torna menos seguro. “Conseguimos antecipar discussões de conflitos e fazer alterações mais profundas dentro das soluções que posso ter. Posso mudar totalmente uma solução e os custos são menores. Ao se deixar essas discussões para quando já se está no canteiro de obras, as modificações nos projetos são mais caras”, avalia Renata Rezio, especialista em desenvolvimento industrial pelo Sesi.

A antecipação da identificação dos riscos traz a necessidade de contar com profissionais de SST já na fase de projeto, mais uma transformação na lógica com que se pensa uma obra. “Projetistas não têm conhecimento suficiente em SST que permitam elaborar essas soluções. Assim, assume-se a necessidade de outro interveniente, colaborando com os projetistas”, destaca Rezio.

O painel ainda contou com a participação da engenheira Rafaela Rey, que detalhou estudos sobre a utilização de drones para inspeções de canteiros de obras.